sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A meio da noite veste-se, baton, cabelo e botas novas.
Olha-se ao espelho com a pressa de quem não quer desistir e sai noite fora à procura da única coisa que tem: o desconhecido.
Decide ir até ao aeroporto.
Lá sempre pode fingir fazer parte das pessoas, fingir que espera, que é esperada.
Sorri de longe. Mantém o ânimo para o avião que se atrasa ou o terminal enganado ou será que ele não me viu?
Ninguém.
A vida é isto.
Isto e a lembrança de tudo o que já foi, a aumentar o vazio.
Não resta nada.
Nem a vontade.