sábado, 14 de abril de 2012

Quem tem medo de Virgina Woolf?

Doía-lhe já o braço de tanto usar o chicote.
Se a mão lhe pesava tantas vezes em forma de palavras, humilhação e ridicularização, era a sua frustração que tentava embalar.
Batia-lhe.
E quanto menos ele se queixava, mais o cheiro a ódio a enlouquecia até salivar.
Curvava-o.
E o sangue que lhe via escorrer, era na sua pele que ardia.
O amor já só se chorava em olhos embaciados por uma velhice de hábitos e gin.
Tantas vezes as grandes cenas da vida são passadas dentro de caixinhas pequeninas, que só por vezes se vêem.
Porque é que não parava de o maltratar?
Porque ele era o único capaz de aguentar.
Sempre o amou.

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