segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Deste lado do espelho enquanto me aborreço com o fim de tantas outras histórias de amor que já não são a minha

Disse-te um dia que destruiria o meu mundo todo por ti. Depois de agarrar o meu corpo todo, disseste-me que o destruiríamos juntos porque ele nos pertencia.
Olha agora o que temos.
Temo-nos um ao outro, dirias. Ingénuo.
Não só não temos como nos perdemos a nós próprios por entre a vida.
É como se fôssemos velhos já, secos, moles e vazios apesar de cheios de merda.
É só a vida, é mesmo assim, insistes.
Ia jurar que tinha morrido de amor, mas hoje sei que estou a definhar de indiferença.
Esta sensação de estar sempre quase a dormir, de ter o mundo a enrolar-se em mim e não sentir nada, nunca aquecer. Já nem sei onde está o meu próprio corpo.
Olha antes ter um gato, a porra de um gato que me arranhe todos os dias até ao sangue ou às lágrimas para ter a certeza de que ainda estou viva.

2 comentários:

  1. Descontando o post de hoje, este foi o que gostei mais. Repito, descontado o de hoje, que esse é qualquer coisa.

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