terça-feira, 20 de setembro de 2011

Inventando-te

É enquanto dormes que te escrevo o que já não sei sentir.
Há dias, talvez semanas, que o teu corpo dorme sobre o meu, à volta do meu e que eu sei que já é só o teu corpo.
Já não sei o que é o teu peso. O peso de ti.
É enquanto dormes que fico para aqui a abraçar em mim os teus beijos frios e a embalar os teus sonhos.
Talvez sejam os meus sonhos que adormeço.
Podia deixar-te a dormir durante muito tempo.
Há quanto estamos fechados neste quarto?
Ficaria a olhar para ti, a gostar de ti.
Até conseguir olhar para mim e gostar de mim.
Vou deixar-te esta manhã.
Antes ir vivendo
do que morrer todos os dias a esquecer-te.


Sem comentários:

Enviar um comentário